Começando com o conceito do termo e “Estatística” Wallis
descreve como: “um conjunto de métodos que se destina a possibilitar a
tomada de decisões acertadas, face às incertezas”
Tendo em
vista as observações precedentes podemos dar as seguintes definições:
ESTATÍSTICA
são dados quantitativos sujeitos, em larga escala, à influência de uma
multiplicidade de causas.
MÉTODOS
ESTATÍSTICOS são aqueles métodos especialmente adaptados à elucidação de dados
quantitativos, sujeitos à influência de uma multiplicidade de causas.
TEORIA
ESTATÍSTICA ou simplesmente, ESTATÍSTICA é a exposição dos métodos
estatísticos.
Entretanto,
recentemente, entrou em uso a palavra "estatística" com outro
sentido; é a designação de estimativa baseada em dados experimentais, mediante
amostras.
Este
conceito de estatística foi introduzido por R. A Fisher em oposição a
parâmetro, também por ele introduzido. Um parâmetro é um elemento numérico
(como a média, o desvio-padrão, o coeficiente de correlação) usado para
caracterizar uma população ou universo, enquanto estatística é uma estimativa
de determinado parâmetro obtida pela observação de amostra do respectivo
universo.
As origens
de Estatística científicas remontam à metade do século XVII, quando passou a
ser considerada como uma disciplina autônoma que tinha por objetivo a descrição
das coisas do Estado, vindo assim a ter uma sistematização orgânica que
respondia a princípios doutrinais.
O fundador
desta Estatística científica foi Herman Conring (1600-1681), professor de filosofia,
medicina e política da Universidade de Helmstadt, que inaugurou em 1660 um
curso de Ciência política, em que descrevia e examinava as questões
fundamentais do Estado. Seus continuadores foram, dentre muitos, M. Schmeitzel
(1679-1767) e Godofredo Achenwall (1719-1782), que mais tarde chegaram a
suplantar a fama do próprio Conring. Achenwall teve o mérito de haver
consolidado definitivamente a posição da nova ciência na Universidade,
dando-lhe o nome de Estatística, nome que o próprio Achenwall reconhece não ser
novo, já que fora usado em 1589, na Itália, por Ghilini.
Ao longo do tempo a
estatística foi se consolidando como ciência, e levada até em âmbito
educacional ao servir de como indicadores educacionais entre outros.
#Começando os estudos de Estatística Educacional
Percebe-se que a estatística
de algum modo está ligada a tomada de decisão, inferência, margem de erro e
amostra de dados referente a uma parte da população. Outro ponto apresentado
foi à estatística descritiva e indutiva. A partir disso as fases do método
estatístico foram apresentadas, explicando cada uma.
Fases do método estatístico
1.
Planejamento: nesta fase o pesquisado
deve levantar algumas questões: o quê pesquisar? (tema), para quê? (objetivo),
para quem? (instituição), por quê? (justificativa), onde? (metodologia/local)
com quê? (metodologia/instrumentos-questionário), como? (metodologia), Quando?
(Cronograma/etapas do trabalho/tempo/período), com quem? (público-alvo).
2.
Coleta de Dados: corresponde ao momento
de aplicação dos questionários com o publico- alvo.
3.
Crítica dos Questionários: significa a triagem,
seleção dos questionários que, de fato, serão computados.
4.
Apuração
dos dados => Manual
=> Mecânica/ eletrônica: o IBGE usa essa
modalidade, é mais rápida e precisa.
5.
Representação tabular e gráfica: que
significa a construção das tabelas e gráficos conforme os dados apurados de
cada questão do questionário.
6.
Análise e interpretação dos dados: à luz
dos dados do gráfico faz-se uma análise e descrevem-se os percentuais que são
vistos, continua com as inferências do pesquisador, fazendo inserção de
citações de autores que tratam daquele assunto apresentado no gráfico. Em
outras palavras: o pesquisador tem que travar um diálogo entre o que se vê no
gráfico; o que ele infere sobre o que vê; e usa o aporte teórico para
fundamentar cientificamente o que está analisando.
7.
Conclusão ou considerações finais:
momento final do trabalho em que o pesquisador à luz dos resultados se
posiciona, indicando possíveis propostas para a melhoria ou alteração na
realidade pesquisada, ou seja, tomada de decisão.
Séries Estatísticas
Um dos objetivos da Estatística é
sintetizar os valores que uma ou mais variáveis podem assumir, para que
tenhamos uma visão global da variação dessa ou dessas variáveis. E é através da
apresentação dos dados na tabela que o pesquisador consegue resumir um conjunto
das observações.
Os elementos essenciais de uma tabela
são:
Título: indicação que precede a tabela e
que contém a designação do fato observado, o local e a época em que foi
registrado.
Corpo: conjunto de colunas e linhas que
contém respectivamente, em ordem vertical e horizontal as informações sobre os
fatos observados.
Cabeçalho: parte superior da tabela que
especifica o conteúdo das colunas.
Coluna indicadora: parte da tabela que
especifica o conteúdo das linhas. Além desses elementos, existem os
complementares, são eles:
Fonte: é a indicação da entidade
responsável pelo fornecimento dos dados ou pela sua elaboração.
Nota: informação de natureza geral,
destinada a conceituar ou esclarecer o conteúdo das tabelas ou indicar a
metodologia adotada no levantamento ou na elaboração dos dados.
Chamadas: são informações de natureza
específica sobre determinada parte da tabela, destinadas a conceituar ou a
esclarecer dados. Elas são indicadas no corpo da tabela em algarismos arábicos,
entre parênteses, à esquerda das casas e à direita da coluna indicadora.
Utilizamos, também, os sinais
convencionais que podem ser um traço, quando o dado não existe; zero, quando o
valor do dado for menor do que a unidade de fração decimal adotada; três
pontos, quando não se dispõe do dado; ou x, quando houver omissão do dado para
evitar-se a individualização das informações.
A estruturação de uma tabela estatística
obedece às seguintes regras:
1.
Cada tabela deve
ter significação própria de modo a prescindir, quando o isolado, de consultas a
texto.
2.
Nenhuma “casa”
deve ficar em branco, apresentando sempre um número ou sinal convencional;
3.
Nenhuma tabela
deve ser disposta de maneira que a leitura exija a colocação do volume fora da
sua posição normal;
4.
As tabelas
deverão ser fechadas, no alto e embaixo, por linhas horizontais fortes;
5.
As tabelas não
serão fechadas, à direita e à esquerda, por linhas verticais;
6.
Quando os dados se
referirem a uma série de anos civis consecutivos, indicar-se-ão três
algarismos, no caso de variar o século e dois em caso contrário, separados por
hífen. Ex: 1890-960 ou 1960-67.
7.
Quando os dados
se referirem a uma série de anos civis consecutivos, indicar-se-ão ambos em
algarismos completos, separados por hífen; ex: 1960-1977.
8.
Quando os dados
se referirem a um período de doze meses diferentes do ano civil, indicar-se-ão
algarismos separados por uma barra; ex: 1966/67.
Antes de iniciarmos o estudo sobre as séries
estatísticas se faz necessário conhecer o traçado correto de uma tabela.
Os dados de uma série podem ser representados por uma
tabela SIMPLES ou, também, uma COMPOSTA.
Esqueleto de uma tabela simples esquematizada
Esquema de uma tabela Composta
Séries esatatísticas
As tabelas apresentam a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie. Logo, numa série estatística observamos a existência de três elementos: o tempo, o espaço e a espécie. Conforme variação de um dos elementos da série, podemos classificá-la em TEMPORAL, GEOGRÁFICA e ESPECIFICATIVA.
As séries estatísticas podem ser conjugadas, pois muitas vezes o pesquisador tem a necessidade de apresentar, em uma única tabela, a variação de mais de uma variável e fazer uma conjugação de duas ou mais séries. Neste caso, o pesquisador criou duas ordens de classificação: uma horizontal (linha) e uma vertical (coluna). Estas séries são estanques, sem continuidade entre uma categoria e outra.
1. Série Temporal ou Cronológica: é aquela onde há variação no tempo, permanecendo fixos o local e o fenômeno.
Exemplo: No triênio 98/00, a matrícula do Curso de Pedagogia a distância da UFAL, segundo dados do CEDU, foi a seguinte:
1998 = 300; 1999 = 250 e 2000 = 200.
PERGUNTA-SE:
a) Seu título respondeu:
o quê? Matrícula do Curso de Pedagogia (fixo);
onde? UFAL (fixo);
quando? 1998/00 (varia).
b) Qual foi a fonte de dados? CEDU
c) Organize os dados numa tabela.
Matrícula do Curso de Pedagogia a distância
UFAL – 1998/00
ANOS
|
FREQUÊNCIA (F)
|
1998
|
300
|
1999
|
250
|
2000
|
200
|
Total
|
750
|
Fonte: CEDU
Algumas dicas:
- Na coluna numérica poderá aparecer a palavra “Freqüência”, ou “Quantidade” ou apenas a letra “F”.
- O título deve ficar CENTRALIZADO, proporcionalmente ao tamanho da tabela.
- O título da tabela deve conter as respostas às 3 (três) perguntas: O que? Onde? Quando?
- Estas dicas servirão, também, para as duas séries estatísticas que seguem.
2. Série Geográfica ou Territorial: é aquela onde há variação no local, permanecendo fixos o tempo e o fenômeno.
Exemplo: Em 2000, a matrícula por município de AL, segundo dados da SED, foi a seguinte:
Penedo = 1.200; Piaçabuçu = 950 e Pariconha = 700.
PERGUNTA-SE:
a) Seu título respondeu:
o que? Matrícula (fixo);
onde? por município (varia); quando? 2000 (fixo).
b) Qual foi a fonte de dados? SED
c) Organize os dados numa tabela.
Matrícula por município/AL – 2000
Municípios
|
F
|
Penedo
|
1.200
|
Piaçabuçu
|
950
|
Pariconha
|
700
|
Total
|
2.850
|
Fonte: CEDU
3. Série Especificativa ou Categórica: é aquela onde há variação no fenômeno, permanecendo fixos o tempo e o local.
Exemplo: Em 2000, a matrícula por sexo em Penedo, segundo dados da SED, foi a seguinte:
Masculino = 200; Feminino = 1.000.
PERGUNTA-SE:
a) Seu título respondeu:
o que? Matrícula por sexo (varia); onde? Penedo (fixo); quando? 2000 (fixo).
b) Qual foi a fonte de dados? SED
c) Organize os dados numa tabela.
Matrícula por sexo – Penedo – 2000
Sexo
|
F
|
Masculino
|
200
|
Feminino
|
1.000
|
Total
|
1.200
|
Fonte: SED
Séries Estatísticas Compostas
É comum, no método estatístico, utilizarmos dados cruzados para facilitar a interpretação. Essas séries são determinadas a partir da variação de mais de um elemento da tabela. Isto é possível detectar através do título da tabela, respondendo às três questões: o que? (indica o fenômeno); onde? (indica o local) e quando? (indica o tempo). Havendo variação de mais de um elemento deste, a série estatística será composta.
Exemplificando:
Vamos supor que você realizou uma pesquisa no livro de registro da secretaria de sua escola da matrícula, por sexo, da 4ª série no período de 90 a 92. E, ao invés de preparar duas tabelas (uma por sexo e outra por ano), você optou em cruzar os dados SEXO x ANO.
Então, a tabela ficaria assim:
Matrícula da 4ª série, por sexo, Escola X, 1990/93
Ano
|
Sexo
|
Total
| |
Feminino
|
Masculino
| ||
1990
|
100
|
50
|
150
|
1991
|
120
|
60
|
180
|
1992
|
90
|
55
|
145
|
Total
|
310
|
165
|
475
|
Fonte: Secretaria da Escola X
A série estatística, construída acima, é uma tipicamente TEMPORAL x ESPECIFICATIVA, porque variaram o tempo e o fenômeno. Podemos, ainda, formar outros cruzamentos, são eles:
1. ESPECIFICATIVA X TEMPORAL: é a série estatística onde variam o fenômeno e o tempo. Exemplo:
Matrículas por Cursos, UFAL/ 2000-01
CURSOS
|
ANOS
|
TOTAL
| |
2000
|
2001
| ||
Medicina
Engenharia
Pedagogia
Economia
Serviço Social
|
131
76
92
34
81
|
120
38
147
86
113
|
251
114
239
120
194
|
FONTE: CEDU
2. TEMPORAL X GEOGRÁFICA: é a série estatística onde variam o tempo e o local.
Exemplo:
Evasão Escolar por Estados- 1999/2000
ESTADOS
|
ANOS
|
TOTAL
| |
1999
|
2000
| ||
São Paulo
Minas Gerias
Alagoas
Piauí
Sergipe
Acre
|
198
131
296
341
121
136
|
187
198
211
131
148
197
|
385
329
507
472
269
333
|
Fonte: MEC-INEP
3. ESPECIFICATIVA X GEOGRÁFICA: é a série estatística onde variam o fenômeno e o local. Exemplo:
Veículos Adquiridos por Regiões / 2001
Veículos
|
Regiões
|
Total
| ||||
Norte
|
Nordeste
|
Centro Oeste
|
Sul
|
Sudeste
| ||
Kombi
Corsa
Ka
Escort
|
87
56
93
48
|
58
71
84
76
|
79
86
71
90
|
51
88
81
75
|
36
92
62
81
|
311
393
391
370
|
FONTE: Secretaria de Transportes.
4. ESPECIFICATIVA X ESPECIFICATIVA: é a série estatística onde o fenômeno varia mais de uma vez. Exemplo:
Distribuição de Material Escolar por Séries
Alagoas/2001
Materiais
|
Séries
|
Total
| ||
1ª
|
2ª
|
3ª
| ||
Lápis
Borracha
Caneta
Caderno
Lapiseira
|
53
61
32
46
38
|
21
38
71
89
48
|
39
46
60
38
46
|
113
145
163
173
132
|
Fonte: SED.
José Gomes / Graduando de Pedagogia pela UFAL
Monitor de Estatística Educacional / Bolsista do CNPq
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